Resenha: Julieta – Anne Fortier


Julie Jacobs e sua irmã gêmea, Janice, nasceram em Siena, mas, desde que seus pais morreram, foram criadas nos Estados Unidos por sua tia-avó Rose. Quando Rose morre, deixa a casa para Janice. Para Julie restam apenas uma carta e uma revelação surpreendente - seu verdadeiro nome é Giulietta Tolomei. A carta diz que sua mãe havia descoberto um tesouro familiar muito antigo e misterioso. Intrigada, Julie parte para Siena. Mas tudo o que a mãe deixou foram papéis velhos - um caderno com diversos esboços de uma única escultura, uma antiga edição de Romeu e Julieta e o velho diário de um famoso pintor italiano, Maestro Ambrogio. O diário conta uma história trágica; há mais de 600 anos, dois jovens amantes, Giulietta Tolomei e Romeo Marescotti, morreram vítimas do ódio irreconciliável entre os Tolomei e os Salimbeni. Desde então, uma terrível maldição persegue as duas famílias. E, levando-se em conta sua linhagem e seu nome de batismo, Julie provavelmente é a próxima vítima. Tentando quebrar a maldição, ela começa a explorar a cidade. À medida que se aproxima da verdade, sua vida corre cada vez mais perigo.

Julieta (Juliet), escrito pela autora Anne Fortier (de A Irmandade Perdida) e publicado pela Editora Arqueiro, é um romance que mescla lenda, ficção literária e ação.

Quando li A Irmandade Perdida, no ano passado, me apaixonei pela escrita da autora e acabei descobrindo Julieta, um livro que nunca havia me chamado a atenção. Curiosa, percebi que a sinopse indicava o mesmo estilo de literatura e, não pensei duas vezes antes de iniciar a leitura. Não me decepcionei.

Julie nunca se deu bem com a irmã gêmea Janice e, agora, após a morte da tia, as duas estão sozinhas no mundo. Janice herda a mansão, enquanto Julie só recebe uma carta bizarra contendo algo semelhante a uma caça ao tesouro. Por mais estranho que seja, Julie não tem mais nada e decide voltar à Itália para saber mais a respeito. Lá, ela descobre que alguém está seguindo seus passos e uma série de incidentes começam a se desenrolar. Alguém, definitivamente, quer o seu tesouro, que a cada momento parece mais real. Ao lado de Alessandro, um italiano antipático porém atraente, ela passa a juntar as peças, literalmente, que poderão levá-la ao tesouro e à verdade.

O livro é narrado pela própria Julie, mas possui pequenos capítulos contando uma versão diferente da famosa história de Romeo e Julieta. Os personagens são encantadores, cada um ao seu modo e a história vai ficando cada vez mais interessante conforme o encaixe da lenda imortalizada por Shakespeare na vida de Julie e companhia. O mistério em torno de artefatos que teriam pertencido aos desafortunados amantes da lenda traz consigo um série de problemas, mas também acaba explicando muita coisa… o problema é que pessoas perigosas também vão surgindo, deixando a trama cheia de perseguições e, claro, momentos dramáticos.

Em geral, acho que gostei ainda mais de Julieta do que de A Irmandade Perdida (e olhe que eu amei A Irmandade…), talvez por causa da versão utilizada para contar a história de Romeu e Julieta, que nunca sai de moda e sempre surpreende. A leitura é fascinante e não dá vontade de largar.

“– Sei que você ainda está chateada por eu não ter lhe dito quem era – comentou, afagando meu cabelo. – Talvez ache que tive medo de que você se apaixonasse pelo nome, e não pelo homem. Mas a verdade é exatamente o inverso. Tive medo… ainda estou com medo… de que, ao ouvir minha história (…) você deseje nunca ter me conhecido.”

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